Dexter, o serial killer mais amado da TV, começa o 7º anos da série questionando seu (já estranho) código de conduta. E Michael C. Hall também enfrenta um dilema: o de dar vida a um serial killer por tanto tempo e no meio do caminho ainda passar por um câncer e um divórcio. Com a estreia da nova temporada em janeiro (dia 27, domingo, 23h, FX) a matéria de capa da próxima edição da Monet (clique para ampliar) disseca todos os detalhes do personagem e do astro. Confira um pouco do que ele nos contou sobre o que está por vir no que pode ser o começo do fim de Dexter.
Nessa temporada Harry [James Remar] não estará tão presente, isso significa que Dexter está amadurecendo?
Não importa como essa relação com o Harry vá se apresentar, ele manterá essa presence, não tão constante, mas mais esporádica ao longo da temporada. Acho que o Dexter é uma força rebelde e seu pai realmente o moldou da forma como ele é. Então esse impulso do Dexter de desafiar o código não passa de uma rebeldia que não é a melhor opção para ele. Com o tempo ele irá apreciar e a investir nessa relação interior que tem com o pai com o tipo de respeito que lhe foi ensinado. Talvez a série toda seja sobre o Dexter caminhando em direção à idade adulta, no sentido de assumir responsabilidade e de notar que ele não é a única pessoa no mundo.
Você acha que o filho do Dexter vai seguir os passos do pai?
Acho que o maior medo do Dexter é que Harrison se mostre igual a ele. Não acho que veremos isso tão cedo, talvez mais próximo ao fim, poderíamos avançar no tempo para vê-lo tendo uma conversa apropriada com o filho.
Como a pessoa que dá vida ao Dexter, você acha que ele merece uma medalha ou pena de morte?
Eu acho que deveriam dar a ele uma medalha e depois os espancarem até a morte com ela [risos]. Brincadeira, acho que nenhuma das opções. Eu tento não deixar minhas crenças influenciarem a minha opinião sobre o Dexter. Existem várias formas de punição que não são tradicionais e acho que no cenário em que vemos Dexter agora talvez ele esteja sendo punido por reconhecer o quanto seu comportamento afeta outras pessoas além dele mesmo. Claro que suas vítimas são afetadas, mas também as pessoas ao seu redor.
Recentemente você falou sobre os aspectos positivos de um psicopata. Poderia explicar isso melhor?
Eu estava em um debate e a outra pessoa levou um livro chamado The Wisdom of Psychopaths [A Sabedoria dos Psicopatas, em tradução livre] e falou sobre como algumas características dos psicopatas os ajuda a manter foco, detalhamento, precisão e outras coisas. Foi uma conversa muito interessante que me permitiu reconsiderar a trajetória de Dexter rumo ao final da série.
Interpretar um assassino traz algum tipo de responsabilidade?
À princípio o que me interessou foi essa area moral indefinida na qual ele opera. Não vejo o programa como algo que inspire alguém a seguir o estilo de vida de um assassino. O que quero dizer é que ninguém vai olhar para o Dexter e dizer que é isso que quer para sua vida. Ao mesmo tempo, conforme vamos nos encaminhando para o fim temos conversado sobre que mensagem passamos para o público e acho que essa mensagem vai além de que é legal matar pessoas más.
Viver o Dexter te afetou de alguma forma?
Talvez eu possa responder isso melhor daqui um ano. Sinto que o que me preocupa desde o começo é encontrar as diferenças e semelhanças entre nós, um exercício que todo ator faz.
As pessoas passaram a tratá-lo de forma diferente em público desde que começou a interpreter um serial killer?
No geral as pessoas me deixam passer na frente na fila. Talvez dê para saber quem realmente tem medo quando não falam nada, então geralmente não sei o que acham, quem vem falar comigo são os empolgados. Às vezes é um pouco perturbador, mas na maioria das vezes é divertido.
Do que você vai sentir menos falta quando Dexter acabar?
Vestir aquele traje para matar. É um verdadeiro processo, com várias luvas, macacão… E dirigir para Long Beach às 5h30 da manhã. Há muito mais coisas que vou sentir falta do que não vou sentir, mas com certeza não terei saudades dessas duas.
E do que você vai sentir falta?
De um trabalho em uma série de TV. Isso requer tantas pessoas fazendo seu trabalho de forma correta para dar certo que vou sentir falta de um lugar onde todos têm esse sentimento de participação. Espero poder encontrar isso em outro lugar, mas essa continuará sendo uma família.
Você tem trabalhado com personagens cheios de alegria e diversão, como em Dexter e À Sete Palmos, você está pronto para um novo contrato de sete anos ou mais e talvez até variar um pouco de área, como uma comédia?
Obrigada por notar a parte divertida, ela está bem escondida mas existe [risos]. Bom, quem sabe Ashton Kutcher já esteja ficando entediado. Okay, agora sério: eu não excluiria nenhuma possibilidade. A única coisa que tentei evitar depois de À Sete Palmos era outra série televisica e olha onde cheguei com isso. É claro que estou satisfeito com o rumo que tomei, há tantas coisas animadoras acontecendo na TV atualmente que não quero fechar essa porta. Se bem que devo admitir que outro trabalho que me exija cindo ou seis anos agora parece um desafio grande demais no momento. Não sei, acho que gostaria de variar um pouco e viver um personagem que eu saiba onde irá acabar e que esse fim seja em três ou quatro meses e não anos. Mas estou animado para ver o que o destino me oferece.
por Sarah Mund, de Los Angeles
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